terça-feira, 22 de março de 2011

- Só me promete uma coisa?
- Não sendo minha castidade...
- Bobóca! Nem em despedidas você fala sério?
- Não.
- Hm... - Ela olhava para chão, segurando as lágrimas que teimavam em cair.
Ao fundo, o sol ia adormecendo e deixando aquele clima de nostalgia no ar. Os beijos e abraços, as promessas e carícias, as brigas e decepções e tudo mais que se revirava na mente deles naquele momento.
Ele deu um beijo na testa dela, abraçou-a bem forte e sussurou em seu ouvido.
- Eu prometo.
- O que?
- O que você quiser. - Dessa vez, ela que o abraçou. Sabia que seria um dos ultimos e queria guardar para sempre aquele momento nas suas lembranças, em que os dois estavam na mesma sintonia, no mesmo passo.
Seus olhares se encontraram e apesar de tudo, seu coração estava leve, calmo.

Um último beijo antes do adeus e era hoje de vê-lo partir.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Agora ela anda pelos cantos, refletindo os erros do passado. Agora ela só sorri para criar uma falsa máscara de simpatia. Agora o mundo voltou a ser preto e branco.
Ela ainda tem guardado aquele cartão dizendo "eu te amo". Ela ainda dorme com a camiseta dele para não esquecer o seu perfume. Ela ainda chora por ele todas as noites antes de dormir, mas sabe que o coração dele não é mais dela.
Os dias vão continuar iguais.
Ela vai acordar, olhar para o lado e ele não vai estar ali. Ela vai trabalhar e estudar como de costume, para poder ocupar a cabeça e tentar dar outro rumo a sua vida. Todos os dias, a mesma monotonia.
Sem abraços, sem beijos.


Ela então, volta para casa andando pelos cantos, refletindo os erros e lembrando que o coração dele não é mais dela.
                        Os dias vão continuar iguais.

terça-feira, 1 de março de 2011

"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim,
desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar."
Caio Fernando Abreu

Eu já disse que adoro os textos do Caio? Sempre que procuro alguma inspiração para resolver os nós que minha cabeça dá, eu procuro seus textos e fico horas e horas lendo e analisando cada palavra. E nesse momento, eu to querendo carinho. "Receber" de alguma forma, o que doei por tanto tempo.